terça-feira, 6 de novembro de 2007

MENSAGEM

" QUEM TROCA PÃES FICA COM UM ÚNICO PÃO. "
QUEM TROCA IDÉIAS FICA COM AS DUAS.
Machado de Assis

SEU ALUNO

ALUNOS TRANSFERIDOS
COMO INTEGRA-LOS ?

''Tenho novos estudantes que vieram de outras escolas. O que faço para entrosá-los com os demais?''
Receber e entrosar alunos transferidos é um dos desafios do início do ano. Além de receber uma turma nova — caso não tenha acompanhado a classe de um ano para outro —, você precisa integrar ao grupo crianças que vieram de outras unidades, outros bairros, outras cidades.
Os motivos da transferência podem ser vários — pais que trocaram de emprego, saída da rede particular para a pública (e vice-e-versa), mudança de residência — e são um bom início para uma dinâmica de socialização. Peça que cada um se apresente aos demais colegas dizendo o nome e o local onde mora. Nesse momento, os novos podem descrever a ex-escola e coisas curiosas que viveram no tempo em que estiveram lá. Também é importante abrir a possibilidade de os veteranos contarem um pouco sobre a escola em que estão para "preparar" os colegas.
A Escola Estadual Buenos Aires, em São Paulo, costuma brindar os novatos com uma faixa no portão de entrada, apresentando uma frase de boas-vindas. "Apesar de não ser uma mensagem personalizada, essa atitude mostra que a escola sabe da existência deles e está preparada para recebê-los", explica a coordenadora pedagógica Jurema de Souza. Outro hábito da Buenos Aires é aproveitar os períodos de intervalo com atividades integradoras, geralmente ligadas à música. "Escolhemos as canções preferidas da garotada e as tocamos. Todos acabam se juntando para cantar e dançar", conta Jurema.
A coordenadora pedagógica da Escola Municipal Davino Tenório, de Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, Maria Jaqueline Paes de Carvalho, ressalta que o mais importante é a direção orientar a equipe docente e os funcionários. Assim, a construção de um ambiente onde todos se sintam à vontade deve ser uma responsabilidade compartilhada. Se depois dos primeiros dias você perceber que alguns não se enturmaram, procure a direção ou a coordenação pedagógica, que poderão ajudar a planejar e a executar diferentes atividades integradoras.
Como ajudar o estudante
Prepare mensagens de boas-vindas, dispostas em faixas ou cartazes espalhados pela escola.
Promova atividades cooperativas, como a gincana.
No caso de alunos que apresentem comportamento mais tímido, escolha atividades que respeitem o ritmo do novato.
Nos intervalos entre as aulas, coloque para tocar no pátio músicas da preferência da turma.

Bibliografia : Revista Nova Escola março de 2004

UMA QUESTÃO DE OPINIÃO

EM JULGAMENTO A MAIORIDADE PENAL

A sociedade discute se os menores infratores devem ser punidos como adultos. Para você, a solução é mudar a lei ou melhorar a educação?

Não acho bacana misturar adolescentes de 16 anos com pessoas mais velhas, que estão há muito tempo no presídio. Se isso acontecer, a pessoa deve sair pior do que entrou Luís Otávio, ator do filme Cidade de Deus (acima, como o personagem Buscapé)
Quando se fala em tomar medidas legais para combater a criminalidade, inevitavelmente vem à tona a discussão sobre a redução da maioridade penal — a idade em que, diante da lei, um jovem passa a responder inteiramente por seus atos, como os cidadãos adultos. Existem atualmente no Congresso Nacional 54 projetos de lei com esse objetivo. O assunto voltou com força ao noticiário depois do assassinato de um casal de namorados em São Paulo, em novembro passado. O principal suspeito de ter arquitetado e cometido o crime, com métodos cruéis, é um rapaz de 16 anos.
Numa pesquisa do Instituto Sensus, de Minas Gerais, divulgada no fim de 2003, 88% dos entrevistados apoiaram uma reforma nas leis que reduza para 16 anos a responsabilidade criminal no país. O Site do Professor também realizou um levantamento informal sobre o assunto e 75% dos internautas que decidiram participar se manifestaram pela maioridade penal aos 16. Como se vê, a idéia conta com o apoio de uma expressiva maioria da população.
Por que tanta gente está disposta a empunhar essa bandeira? Os que defendem a redução da maioridade penal acreditam que os adolescentes infratores cometem crimes porque não são suficientemente punidos. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é considerado tolerante demais com a delinqüência e portanto não cumpriria sua função de intimidar os jovens que pensam em transgredir a lei. Além disso, supõe-se que o número de crianças e adolescentes infratores esteja aumentando vertiginosamente, e que essa tendência só poderá ser revertida com a adoção de medidas repressivas.

Soldados do tráfico
É verdade que jovens cada vez mais novos são recrutados por criminosos adultos — sobretudo os chefes e subchefes do tráfico de drogas — para atuar em suas quadrilhas. São personagens que o livro Cidade de Deus, de Paulo Lins, e depois o filme de Fernando Meirelles apresentaram ao mundo: "vapores" (que fazem ligação entre os traficantes e os usuários de drogas), "aviões" (que levam a droga para fora das favelas), "fogueteiros" (vigilantes que soltam rojões para anunciar a chegada da polícia ou do carregamento de droga) e "soldados" (seguranças de pontos de venda).
Em parte é a relativa impunidade que leva o tráfico a procurar "empregados" nessa faixa etária, uma vez que o ECA prevê no máximo três anos de reclusão para menores infratores. Outros motivos que influem na preferência dos traficantes pela mão-de-obra infantil são uma suposta impulsividade característica da idade e o fascínio que a carreira criminosa exerce sobre os jovens. "O tráfico seduz porque promete mais dinheiro, mais respeito e mais força dentro de comunidades em que o contexto familiar se tornou muito vulnerável", diz o geógrafo Jailson de Souza e Silva, doutor em educação e líder comunitário do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro.
Diante dessa mistura de ambição de consumo, acesso a armas e ousadia (freqüentemente associada à idéia de que não há nada a perder), não é de surpreender que a figura do "adolescente em conflito com a lei", como é chamado oficialmente, provoque tanto pavor. Também é compreensível que esse sentimento seja comum entre os professores, para quem a situação inspira impotência, uma vez que a escola deveria ser um dos antídotos para a sedução do crime. Mesmo assim, o quadro é menos sombrio do que se costuma crer: as estatísticas mostram que os homicídios cometidos por menores de 18 anos estão bem abaixo de 10% do total do país.

Pena de internação
Uma crítica comum às leis brasileiras refere-se à idéia de que, ao agir, os menores de 18 anos não têm o mesmo grau de consciência que os adultos. Os que querem a redução da maioridade penal freqüentemente afirmam que, nos dias de hoje, um jovem de 16 anos sabe bem o que faz. "Se vemos crianças de 10 anos executando gente, devemos tratá-las como se não entendessem o crime que cometem?", pergunta Paulo José da Costa Júnior, professor de direito penal da Universidade de São Paulo, que diz conduzir uma cruzada pela redução da maioridade penal no Brasil desde 1969. Para reforçar seu argumento, ele lembra que segundo a legislação eleitoral o jovem de 16 anos tem discernimento suficiente para votar, mas que a lei penal entende o oposto.
De acordo com a legislação brasileira, apenas as crianças até 12 anos são inimputáveis — isto é, não podem ser julgadas ou punidas pelo Estado. Se cometerem crime, nada sofrerão. De 12 a 18 anos, o jovem infrator será levado a julgamento numa Vara da Infância e da Juventude e está sujeito a várias punições: advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida, inserção em regime de semiliberdade e internação em estabelecimento educacional.
A internação é a opção mais comum. Na prática, os estabelecimentos educacionais que a lei menciona são instituições como a Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem), de São Paulo. Em geral, elas se assemelham mais a prisões do que a escolas e foram concebidas antes do início da vigência do ECA, em 1990. A freqüência à escola propriamente dita é obrigatória para os jovens que cumprem as penas em regime de liberdade assistida ou semiliberdade. O primeiro é aquele em que o adolescente não é internado em instituição alguma mas deve se apresentar diariamente a um adulto designado para acompanhar seu comportamento. Em semiliberdade, o jovem infrator passa apenas um período do dia recolhido a uma instituição como a Febem.

Convivência nociva
"As unidades de internação do tipo Febem costumam ser idênticas a prisões", diz o advogado João Pedro Pereira Brandão, que acompanha processos judiciais relacionados a adolescentes como coordenador de projetos do Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente (Ilanud). "Minha experiência permite dizer que muitas vezes os jovens são punidos mais severamente do que os adultos."
Quando compara a Febem a prisões, Brandão se refere, entre outras coisas, à superlotação, às más condições estruturais e à ameaça permanente de rebelião. Desse modo, as instituições para menores infratores constituem, quase sempre, escolas de crime, tanto quanto os presídios de adultos. As pessoas contrárias à redução da maioridade penal advertem que, se ela for aprovada, adolescentes infratores, quando presos, passarão a conviver com criminosos veteranos.
Um dos pontos mais criticados do ECA é o limite máximo de três anos de internação, não importa qual tenha sido o delito cometido. Alguns países, como os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, consideram a gravidade do delito mais importante do que a idade do autor. Esse princípio permite à justiça norte-americana aplicar até a pena de morte a crianças. A maioria dos países da Europa e das Américas, porém, adota legislação especial para os cidadãos menores de 18 anos.
"Ao defender uma posição raivosa contra a revisão do ECA, os movimentos sociais se recusam a discutir outros pontos de vista e se afastam da opinião pública", afirma Silva, em referência às pesquisas que mostram a maioria da população a favor de mudanças na lei. Ele é contra a redução da maioridade penal, mas apóia a revisão do limite máximo de três anos de internação.

Direito à educação
A polêmica não se encerraria, no entanto, com a discussão de revisões isoladas do estatuto. O princípio básico da lei — o de que pessoas até 18 anos estão em fase de formação e por isso devem ser objeto de mecanismos de proteção — é questionado por muitos. Silva, ao contrário, o defende: "O ECA foi um grande avanço. Antes, crianças e adolescentes eram vistos como propriedade dos pais, que poderiam até espancá-los. Hoje eles são sujeitos de direitos como os demais cidadãos".
Um deles, expresso no texto do ECA, é o direito à educação, um assunto intimamente relacionado com o adolescente infrator. Segundo pesquisa do governo federal, 96,6% dos jovens que cometeram algum delito não concluíram o Ensino Fundamental. Estatísticas também mostram que o grau de incidência de infrações está diretamente relacionado à carência social das comunidades em que ocorrem. "É tarefa da escola dar aos alunos uma concepção cidadã do ser humano que não se restrinja a seu papel de consumidor", diz Silva. "E para isso ela tem que estar vinculada à comunidade."

Desafio da escola é incluir todos os alunos
São dois os papéis da escola quando se trata do envolvimento do adolescente num ato infracional. O primeiro é de caráter preventivo, com a promoção de uma cultura de paz e tolerância, por meio de uma sólida formação para os valores. O segundo é receber o adolescente que já se tornou um infrator e retorna à vida de estudante. A atitude básica da escola nesse caso deve ser de inclusão. O sistema de ensino precisa se preparar para lidar melhor com esses jovens e os problemas que trazem consigo. A educação é um direito de todos, sem exceção, e o adolescente que tenha um conflito com a lei não pode ser excluído. Nós, educadores, somos preparados para lidar com crianças e jovens que não apresentam problemas de conduta. Se olharmos a realidade atual, no entanto, percebemos claramente que crianças e adolescentes em situação de risco fazem parte da clientela da educação. Professores, diretores, supervisores e orientadores não recebem capacitação específica para lidar com esse contexto. Essa é uma grande falha das redes pública e particular de ensino. Nós temos de ser preparados para não separar o jovem de seu meio. A escola deve ser capaz de acolher o aluno e sua realidade familiar, comunitária ou cultural. Hoje, infelizmente, a regra geral é eliminar o problema pela exclusão do jovem.
Antonio Carlos Gomes da Costa é pedagogo e consultor do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e da Secretaria Nacional de Direitos Humanos. Foi redator do Estatuto da Criança e do Adolescente

Uma experiência que está dando certo
A escola deve se democratizar. E isso acontece quando ela abre o espaço para os alunos de modo que eles se sintam participantes e percebam que têm valor. O objetivo do trabalho em nossa escola é valorizá-los. Abrimos nossas portas grupos de teatro e de dança e colocamos os equipamentos à disposição para aulas de informática. Esse é o primeiro passo para a prevenção da delinqüência. A iniciativa ajudou muito nossos alunos, inclusive aqueles em situação de risco e os que estão sob regime de liberdade assistida. As crianças passam a ver a escola de outro ângulo, não apenas como o lugar onde se estuda, porque muitas associam essa função, isoladamente, a uma atividade chata e sem atrativos. Os estudantes daqui começaram a ver possibilidades e propostas de vida na escola que antes não viam. Alguns passam horas no prédio desenhando ou construindo coisas de que a gente precisava. Como gostam do ambiente, passam a cuidar dele e até as paredes começaram a pintar. Eles podem escolher o que fazer. Um adolescente aprendeu a digitar e me ajudou na coordenação. Outro quis trabalhar na cozinha e umterceiro cuida da portaria. Nós mudamos o nosso olhar em relação aos alunos e eles também mudaram o deles com relação à escola e à vida.
Evaldo Bispo Santana é coordenador pedagógico da Escola Estadual Cohab Bairro dos Pimentas II, em Guarulhos (SP)

Bibliografia : Revista Nova Escola Março de 2004

FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO

COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS PARA ENSINAR :

1. Organizar e dirigir situaçôes de aprendizagem
Conhecer, para determinada disciplina, os conteùdos a serem ensinados e sua tradução em objetivos de aprendizagem
Trabalhar a partir das representações dos alunos
Trabalhar a partir dos erros e dos obstáculos à aprendizagem
Construir e planejar dispositivos e seqüências didáticas
Envolver os alunos em atividades de pesquisa, em projetos de conhecimento
2. Administrar a progressão das aprendizagens
Conceber e administrar situaçôes-problema ajustadas ao nível e às possibilidades dos alunos
Adquirir uma visão longitudinal dos objetivos do ensino
Estabelecer laços com as teorias subjacentes às atividades de aprendizagem
Observar e avaliar os alunos em situações de aprendizagem, de acordo com uma abordagem formativa
Fazer balanços periódicos de competências e tomar decisões de progressão
Rumo a ciclos de aprendizagem
3. Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação
Administrar a heterogeneidade no âmbito de uma turma
Abrir, ampliar a gestão de classe para um espaço mais vasto
Fomecer apoio integrado, trabalhar com alunos portadores de grandes dificuldades
Desenvolver a cooperação entre os alunos e certas formas simples de ensino mútuo
Uma dupla construção
4. Envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho
Suscitar o desejo de aprender, explicitar a relação com o saber, o sentido do trabalho escolar e desenvolver na criança a capacidade de auto-avaliação
Instituir um conselho de alunos e negociar com eles diversos tipos de regras e de contratos
Oferecer atividades opcionais de formação
Favorecer a definição de um projeto pessoal do aluno
5. Trabalhar em equipe
Elaborar um projeto em equipe, representações comuns
Dirigir um grupo de trabalho, conduzir reuniões
Formar e renovar uma equipe pedagógica
Enfrentar e analisar em conjunto situações complexas, práticas e problemas profissionais
Administrar crises ou conflitos interpessoais
6. Participar da administração da escola
Elaborar, negociar um projeto da instituição
Administrar os recursos da escola
Coordenar, dirigir uma escola com todos os seus parceiros
Organizar e fazer evoluir, no âmbito da escola, a participação dos alunos
Competências para trabalhar em ciclos de aprendizagem
7. Informar e envolver os pais
Dirigir reuniões de informação e de debate
Fazer entrevistas
Envolver os pais na construção dos saberes
" Enrolar "
8. Utilizar novas tecnologias
A informática na escola : uma disciplina como qualquer outra, um savoir-faire ou um simples meio de ensino ?
Utilizar editores de texto
Explorar as potencialidades didáticas dos programas em relação aos objetivos do ensino
Comunicar-se à distância por meio da telemática
Utilizar as ferramentas multimídia no ensino
Competências fundamentadas em uma cultura tecnológica
9. Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão
Prevenir a violência na escola e fora dela
Lutar contra os preconceitos e as discriminações sexuais, étnicas e sociais
Participar da criação de regras de vida comum referentes à disciplina na escola, às sanções e à apreciação da conduta
Analisar a relação pedagógica, a autoridade e a comunicação em aula
Desenvolver o senso de responsabilidade, a solidariedade e o sentimento de justiça
Dilemas e competências
10. Administrar sua própria formação continua
Saber explicitar as próprias práticas
Estabelecer seu próprio balanço de competências e seu programa pessoal de formação continua
Negociar um projeto de formação comum com os colegas (equipe, escola, rede)
Envolver-se em tarefas em escala de uma ordem de ensino ou do sistema educativo
Acolher a formação dos colegas e participar dela
Ser agente do sistema de formação continua

Bibliografia : Philippe PerrenoudDez Novas Competências para EnsinarPorto Alegre (Brasil), Artmed Editora, 2000.

SALA DE AULA

DICAS PARA USO DA TV E VÍDEO EM SALA DE AULA

COMO VER O VÍDEO

Antes da exibição
. Informar somente aspectos gerais do vídeo (autor, duração, prêmios...). Não interpretar antes da exibição, não pré-julgar (para que cada um possa fazer a sua leitura).. Checar o vídeo antes. Conhecê-lo. Ver a qualidade da cópia. Deixá-lo no ponto antes da exibição. Zerar a numeração (apertar a tecla resset). Apertar também a tecla "memory" para voltar ao ponto desejado. .Checar o som (volume), o canal de exibição (3 ou 4), o tracking (a regulagem de gravação), o sistema (NTSC ou PAL-M).
Durante a exibição
. Anotar as cenas mais importantes.. Se for necessário (para regulagem ou fazer um rápido comentário) apertar o pause ou still, sem demorar muito nele, porque danifica a fita.. Observar as reações do grupo.
Depois da exibição
. Voltar a fita ao começo (resset/memory). Re-ver as cenas mais importantes ou difíceis. Se o vídeo é complexo, exibi-lo uma segunda vez, chamando a atenção para determinadas cenas, para a trilha musical, diálogos, situações.. Passar quadro a quadro as imagens mais significativas.. Observar o som, a música, os efeitos, as frases mais importantes.Proponho alguns caminhos -entre muitos possíveis- para a análise do vídeo em classe.

DINÂMICAS DE ANÁLISE

Análise em conjunto
O professor exibe as cenas mais importantes e as comenta junto com os alunos, a partir do que estes destacam ou perguntam. É uma conversa sobre o vídeo, com o professor como moderador.
O professor não deve se o primeiro a dar a sua opinião, principalmente em matérias controvertidas, nem monopolizar a discussão, mas tampouco deve ficar encima do muro. Deve posicionar-se, depois dos alunos, trabalhando sempre dois planos: o ideal e o real; o que deveria ser (modelo ideal) e o que costuma ser (modelo real).
Análise globalizante
Fazer, depois da exibição, estas quatro perguntas:- Aspectos positivos do vídeo- Aspectos negativos-Idéias principais que passa-O que vocês mudariam neste vídeoSe houver tempo, essas perguntas serão respondidas primeiro em grupos menores e depois relatadas/escritas no plenário. O professor e os alunos destacam as coincidências e divergências. O professor faz a síntese final, devolvendo ao grupo as leituras predominantes (onde se expressam valores, que mostram como o grupo é).
Análise Concentrada
Escolher, depois da exibição, uma ou das cenas marcantes. Revê-las uma ou mais vezes. Perguntar (oralmente o por escrito):- O que chama mais a atenção (imagem/som/palavra)- O que dizem as cenas (significados)- Conseqüências, aplicações (para a nossa vida, para o grupo).
Análise "funcional"
Antes da exibição, escolher algumas funções ou tarefas (desenvolvidas por vários alunos): - o contador de cenas (descrição sumária, por um ou mais alunos)- anotar as palavras-chave- anotar as imagens mais significativas- caracterização dos personagens- música e efeitos- mudanças acontecidas no vídeo (do começo até o final).
Depois da exibição, cada aluno fala e o resultado é colocado no quadro negro ou flanelógrafo. A partir do quadro, o professor completa com os alunos as informações, relaciona os dados, questiona as soluções apresentadas.
Análise da linguagem
- Que história é contada (reconstrução da história)- Como é contada essa história . o que lhe chamou a atenção visualmente. o que destacaria nos diálogos e na música- Que idéias passa claramente o programa (o que diz claramente esta história). O que contam e representam os personagens. Modelo de sociedade apresentado- Ideologia do programa. Mensagens não questionadas (pressupostos ou hipóteses aceitos de antemão, sem discussão).. Valores afirmados e negados pelo programa (como são apresentados a justiça, o trabalho, o amor, o mundo). Como cada participante julga esses valores (concordânciase discordâncias nos sistemas de valores envolvidos). A partir de onde cada um de nós julga a história.
Completar o vídeo
. Exibe-se um vídeo até um determinado ponto.. Os alunos desenvolvem, em grupos, um final próprio e justificam o porquê da escolha.. Exibe-se o final do vídeo. Comparam-se os finais propostos e o professor manifesta também a sua opinião.
Modificar o vídeo
. Os alunos procuram vídeos e outros materiais audiovisuais sobre um determinado assunto.. Modificam, adaptam, editam, narram, sonorizam diferentemente..Criam um novo material adaptado a sua realidade, a sua sensibilidade.
Vídeo produção
.Contar em vídeo um determinado assunto.Pesquisa em jornais, revistas, entrevistas com pessoas.. Elaboração do roteiro, gravação, edição, sonorização. . Exibição em classe e/ou em circuito interno.. Comentários positivos e negativos. A diferença entre a intenção e o resultado obtido.
Vídeo espelho
A câmera registra pessoas ou grupos e depois se observa o resultado com comentários de cada um sobre seu desempenho e sobre o dos outros. O professor olha seu desempenho, comenta e ouve os comentários dos outros.

OUTRAS DINÂMICAS INTERESSANTES:

- Dramatizar situações importantes do vídeo assistido e discuti-las comparativamente. Usar a representação, o teatro como meio de expressão do que o vídeo mostrou, adaptando-o à realidade dos alunos.
Um exemplo: -Alguns alunos escolhem personagens de um vídeo e os representam adaptando-os a sua realidade. Depois comparam-se os personagens do vídeo e os da representação, a história do vídeo com a adaptada pelos alunos. - Adaptar o vídeo ao grupo: Contar -oralmente, por escrito ou audiovisualmente- situações nossas próximas às mostradas no vídeo. - Desenhar uma tela de televisão e colocar o que mais impressionou os alunos. O professor exibe num mural os desenhos e todos comentarão as coincidências principais e o seu significado. - Comparar - principalmente em aulas de literatura portuguesa ou estrangeira- um vídeo baseado em uma obra literária com o texto original. Destacar os pontos fortes e fracos do livro e da adaptação audiovisual.

Bibliografia : José Manuel Moran. Especialista em projetos inovadores na educação presencial e a distância .
Artigo publicado na revista Comunicação e Educação. São Paulo, ECA-Ed. Moderna, jan/abr de 1995
.

Sobre o blog

O Blog escola on - line por Márcia Morais é um espaço de troca de experiências com o objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade do ensino. Mande suas opiniões, idéias, sugestões e experiências. Se constitue num espaço de troca de saberes sem a diferença danosa entre os que pensam saber mais e os que se sentem intimidados por acharem que sabem menos. O prazer de postar textos interessantes se estenderá à satisfação de ser lido e de ler o que os outros irão postar.
Quero que todos que acessem o blog sintam a mesma alegria que tive ao construi-lo.
Me ajudem a fazer do ato de educar um ato responsável, solidário e prazeroso.
Um forte abraço a todos !